13/04/2021 - Mercado Imobiliário
Entre as explicações para o bom desempenho dessa modalidade de empréstimo estão as baixas taxas de juros oferecidas pelo home equity: em torno de 1% ao mês – bem menos do que a cobrada em empréstimos pessoais (cerca de 6,8% ao mês), e em empréstimos consignados (2,8% ao mês em média). “Pegar uma taxa de juros menor dá um fôlego fantástico para que as pessoas consigam organizar as finanças, empreender ou mesmo reformar o imóvel”, destaca Marcos Eduardo Carvalho, diretor comercial na Too Seguros.
“Estamos diante de uma solução muito mais competitiva do que linhas tradicionais, com taxas mais baratas ainda”. Incentivos para que as pessoas recorram a esse tipo de solução não faltam. Além dos juros baixos, o Banco Central (BC) anunciou, no ano passado, ajustes na metodologia de cálculo do capital exigido dos bancos para esse tipo de operação. Se antes era necessário manter um capital equivalente a 50% do valor emprestado, agora a porcentagem é de 35% caso o saldo devedor do empréstimo seja de até metade do valor de avaliação do imóvel. Em uma coletiva, em janeiro deste ano, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o home equity é “uma modalidade segura e barata”, e que tem o potencial de “desmobilizar cerca de 500 bilhões nos próximos anos”. Diante das perspectivas positivas, grandes instituições financeiras passaram a reduzir suas taxas, reforçando a oferta do produto.
O mercado também começou a chamar a atenção de startups como a Wimo, linha de home equity criada no ano passado pela corretora Wiz e a gestora Galapagos Capital. “Hoje, 80% da nossa carteira é formada por empreendedores que pegam um empréstimo para ampliar seu negócio”, diz Luis Henrique Moraes, diretor de produtos da Wiz Soluções. Entre as vantagens, diz ele, estão o prazo de pagamento estendido (de até 180 meses) a possibilidade de fazer um seguro que dilui o risco e protege o imóvel, o fato de o cliente ter a comprovação de renda facilitada, e a preservação do fluxo de caixa. “Como um novo negócio leva em torno de seis meses a um ano para decolar, o empreendedor consegue honrar com seus compromissos com mais tranquilidade, sem se descapitalizar.”
Entusiasta do home equity, Carvalho, da Too Seguros – parceira de startups como a Wimo –, explica que o seguro é fundamental na medida em que garante a cobertura tanto em casos de danos físicos, como incêndio, queda de raio, explosão, inundação, alagamento, destelhamento e desmoronamento, como em casos de morte do segurado ou aposentadoria por invalidez. “As coberturas podem ser personalizadas de acordo com as necessidades de bancos, financeiras e dos próprios segurados e garante mais tranquilidade tanto ao tomador do crédito como para a instituição financeira.”, destaca Carvalho.
O executivo alerta ainda que a hora de instituições financeiras oferecerem esse tipo de solução é agora. “Estamos aqui para ajudá-las a tornar essa modalidade ainda mais segura. Além do seguro tradicional, estamos desenvolvendo novos produtos para atender a modalidade”, diz ele. Bancos e fintechs que queiram oferecer esses tipos de seguro ou entrar nessa modalidade de concessão de crédito com garantias e mitigação de risco em situações de inadimplência ou custos com apropriação de imóveis inadimplentes podem entrar em contato com a Too Seguros pelo site da seguradora.
E para quem duvida do potencial dessa modalidade de empréstimo, vale destacar que, enquanto no Brasil ela representa menos de 2% do crédito residencial, nos Estados Unidos a porcentagem é de cerca de 15%. “No mercado americano, essa operação é comum e faz parte da cultura. No Brasil, muitos desconhecem o home equity e acabam ficando anos e anos no cheque especial”, alerta Carvalho.
Fonte: Revista Exame
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